Autores: IZAGA, F. G.; DAVILA, R. ; BARBOSA, P. V. ; MELO, A. R. ; CASANOVA, G. P.
Resumo: Este artigo analisa a representação desigual dos casos de Covid-19 na região de Ramos, no Rio de Janeiro, evidenciando as falhas do urbanismo digital e os vazios cartográficos do território. Utilizando dados oficiais da pandemia, os casos foram geocodificados com base em códigos de endereçamento postal (CEPs) e comparados com bancos de dados dos Correios, Google e Guia de Ruas da Maré. O estudo conclui que falhas na coleta e sistematização dos dados impedem uma análise espacial precisa da Covid-19 em áreas vulneráveis. Além disso, o urbanismo baseado na dataficação continua a reforçar a invisibilidade das favelas, limitando o acesso igualitário às políticas de saúde. O artigo critica a promessa do “urbanismo smart”, que não corrige essas desigualdades históricas no mapeamento e na distribuição de serviços públicos.
Palavras-chave: urbanismo digital, favela, Covid-19, código de endereçamento postal, geocodificação de dados.